domingo, 16 de janeiro de 2011

Uma noite como outra qualquer


É uma noite como outra qualquer, sem barulhos em nossa volta, nenhuma confusão dentro de casa, sem ninguém para nos atormentar, só uma noite como outra qualquer.

Estamos deitados em nossa cama, em silêncio, abraçados, você me segura fortemente como se a qualquer momento eu fosse fugir de você. Estamos assistindo um filme romântico qualquer onde provavelmente a mocinha e mocinho vão terminar juntos e o beijo mais esperado durante o filme todo vai indicar o fim do filme. É uma noite como outra qualquer.

Em algum momento do filme o vasto silêncio é quebrado e você me surpreende com uma pergunta:

-Você me ama?

-Claro que amo, para todo o sempre.

Sua pergunta me pareceu meio estranha, ele sabia que eu o amava perdidamente, não que eu não gostasse de lhe dizer essas palavras, não, na verdade sempre adorei e ele sabe que adoro ainda mais quanto as ouço sair de sua boca que tem um agradável halitozinho de trident, mas havia algo estranho nessa pergunta, não sei, talvez o seu tom de voz, o que consequentemente se transformou em uma grande interrogação sobre a minha cabeça. Então foi minha vez de acabar com o silêncio

-Você tem alguma dúvida disso?

-Não, apenas medo, muito medo, que isso um dia possa acabar.

A partir desse momento toda a nossa atenção que a um minuto atrás estava na história do filme se transformou em desejo, desejo de ter um ao outro. Ignoramos o bipzinho do microondas que alegava que a pipoca estava pronta, os latidos insuportáveis de Lola e tudo mais que pudesse nos interromper, era só aquilo que nós queríamos, estarmos juntos um do outro e longe de todo o resto. Beijávamos-nos loucamente e eu confesso que adorava quando os seus cachinhos cor de mel roçavam sobre a minha pele me fazendo cócegas. Eu sabia que estava com o amor de toda a minha vida e que ficaríamos juntos por mais todas as outras noites quaisquer de nossas vidinhas e principalmente, as noites que noites que não forem tão qualquer assim.


--- Andressa

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